Viva Horta investe R$ 2,2 mi e eleva renda em Mata de São João

O Projeto Viva Horta ampliou a produção agrícola e a renda de 13 produtoras da comunidade de Mucugê, em Mata de São João, após injetar R$ 2,2 milhões em hortas comunitárias que beneficiam diretamente 5,7 mil famílias em toda a Bahia.
Executada pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) em parceria com a Superintendência de Agricultura Familiar (SUAF) e o programa Bahia Sem Fome, a iniciativa distribuiu placas, sementes, adubos, mudas e calcário, além de assistência técnica permanente. O apoio elevou a oferta local de couve, alface, coentro, brócolis, milho, feijão-verde, mamão, melancia e quiabo, consolidando a agricultura familiar como vetor de segurança alimentar na região.
À frente do grupo de produtoras está Lenilda Rio dos Santos, presidenta da Associação dos Agricultores Familiares de Mucugê. Segundo ela, a chegada dos insumos “foi um sopro de esperança”, permitindo transformar um terreno antes subutilizado em horta diversificada e lucrativa. O plantio orgânico abastece o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) há mais de uma década, garantindo alimentos livres de agrotóxicos para estudantes da rede municipal.
Os resultados não se limitam à sala de aula. Parte da colheita integra o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), chegando a feiras de Mata de São João e a famílias de Salvador, Dias D’Ávila e Barra do Pojuca. Esse escoamento ampliou o mercado das produtoras, diversificou a renda e reduziu a dependência de intermediários, fator considerado decisivo pela SDR para sustentar a permanência dos jovens no campo.
O componente técnico do Viva Horta inclui serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), que orientam práticas agroecológicas, uso de bioinsumos e manejo sustentável do solo. Técnicos acompanham o ciclo de plantio, oferecem capacitação sobre controle biológico de pragas e ensinam estratégias de comercialização direta, reforçando o protagonismo feminino na cadeia produtiva local.
Dados da SDR indicam que as hortas comunitárias alcançam indiretamente 92 mil pessoas em diversos territórios baianos. O secretário da pasta, ao comentar o avanço, destacou que o projeto “combina geração de renda com políticas de combate à fome”, objetivo alinhado às metas do governo estadual de redução da insegurança alimentar.
Na avaliação de moradores, o impacto social vai além do aspecto econômico. As hortas tornaram-se espaços de aprendizado coletivo, onde técnicas de compostagem e reaproveitamento de água de chuva são compartilhadas. Escolas locais organizam visitas periódicas para demonstrar aos alunos a origem dos alimentos servidos na merenda, fortalecendo a educação ambiental e nutricional.
Para o futuro, a SUAF estuda replicar o modelo de Mucugê em outros municípios do Litoral Norte, expandindo a rede de cooperativas e facilitando a compra institucional. Enquanto isso, Lenilda explica que o foco imediato é aumentar a produção de hortaliças folhosas na entressafra do milho, garantindo oferta constante ao PNAE. “Queremos que nossos filhos continuem recebendo o melhor alimento possível”, resume a agricultora, refletindo o compromisso da comunidade com qualidade e sustentabilidade.
Crédito Foto: Laila Brito/SDR
Fonte das informações: Ascom/SDR