Lula lança plano de R$150 mi e desafia pressão externa

No lançamento do Programa União com Municípios, Luiz Inácio Lula da Silva anunciou em Manaus uma injeção de R$ 150 milhões para combater o desmatamento e os incêndios florestais na Amazônia, classificou o país como guardião da maior floresta tropical do planeta e rechaçou interferências estrangeiras, incluindo a ameaça de uso de força militar feita pela Casa Branca em nome da “defesa da liberdade de expressão”.

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O novo programa federal será financiado com recursos do BNDES e da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). Segundo o Palácio do Planalto, os repasses estarão disponíveis ainda este ano e contemplarão ações de monitoramento via satélite, recomposição de brigadas de combate ao fogo e apoio direto à gestão ambiental dos municípios mais pressionados pelo desmatamento.

Durante a cerimônia, o presidente do banco de fomento, Aloísio Mercadante, acusou a administração anterior de negligência e destacou a liberação de R$ 2,5 bilhões pelo BNDES desde 2023 para projetos que envolvem demarcação de terras indígenas, fortalecimento da agricultura familiar e regularização fundiária. O dirigente enfatizou que, além da verba imediata de R$ 150 milhões, novos editais serão abertos com recursos do Fundo Amazônia, atualmente sob gestão do banco.

Lula articulou seu discurso em torno da soberania nacional: “A gente está preservando o que eles não preservaram. O Brasil ainda detém a maior extensão de floresta do mundo e merece respeito”. O presidente reiterou que a exploração econômica da região é legítima, desde que obedecidos critérios técnicos e a reposição de áreas degradadas, e frisou que os países desenvolvidos também precisam reduzir emissões e cumprir metas ambientais.

As declarações ocorreram poucas horas depois de a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmar que o então presidente norte-americano Donald Trump “não hesitará em usar meios militares” contra governos que ameacem a liberdade de expressão. Lula rebateu: “Não precisamos de ninguém metendo o bedelho no nosso país. Cada um cuida do seu nariz; do nosso quintal cuidamos nós”.

O presidente projetou a COP30, que ocorrerá em Belém em novembro de 2025, como “a COP da verdade”, destinada a separar quem confia na ciência de quem sustenta a negação climática. Ele citou eventos extremos registrados em diversos continentes como evidência de que o debate ambiental exige decisões urgentes e compromissos mensuráveis dos líderes mundiais.

Pilar do novo plano, a parceria com as prefeituras amazônicas já conta com adesão de 70 municípios. O formato prevê repasses diretos para ações como zoneamento ecológico-econômico, fiscalização territorial e capacitação de brigadistas locais. “O prefeito não é inimigo, é o nosso principal soldado na ponta para evitar desmazelos”, declarou Lula, reforçando que a descentralização dos recursos agilizará respostas a queimadas e invasões.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, lembrou que o Governo Federal retomou o Fundo Amazônia e reafirmou a meta de desmatamento zero até 2030. Ela informou que, nos dois primeiros anos da atual gestão, a área desmatada na região caiu 46 % em comparação ao biênio anterior, resultado atribuído a operações integradas de fiscalização, inteligência e incentivo a cadeias produtivas sustentáveis.

O indigenista e filósofo Egydio Schwade, convidado para o ato de assinatura, defendeu “novos paradigmas” na relação entre sociedade e natureza, ressaltando a contribuição de povos indígenas e comunidades tradicionais. Ele recordou ter sido considerado “um sonhador de causa perdida” décadas atrás e concluiu que a preservação da Amazônia se consolidou, hoje, como agenda global incontornável.

No final do evento, Lula mencionou o julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro como réu por tentativa de golpe de Estado. Ele classificou o momento político como “delicado” e rememorou o colapso hospitalar de Manaus durante a pandemia de covid-19 para ilustrar, segundo ele, a negligência da gestão anterior: “Ele não trouxe sequer oxigênio quando esta cidade via tanta gente morrer”.

Crédito Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PR

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