Grupo Maratá investe R$ 129 mi e reativa moinho em Ilhéus

Grupo Maratá aplicará R$ 129 milhões para recolocar em operação o antigo Moinho de Trigo localizado no Porto do Malhado, em Ilhéus (BA), com início das atividades projetado para julho de 2026.
A planta industrial terá capacidade instalada para processar 144 mil toneladas anuais de grãos, dedicadas à produção de farinha e subprodutos destinados a panificação, indústria alimentícia e fábricas de ração. O anúncio foi formalizado pelo diretor-geral da companhia, Frank Vieira, durante audiência com o secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Angelo Almeida, realizada em 9 de setembro de 2025.
Segundo o titular da SDE, o investimento reforça a estratégia do governo estadual de atrair empreendimentos para o interior e de verticalizar cadeias produtivas. Almeida ressaltou que a instalação contígua ao Porto de Ilhéus reduz custos logísticos e consolida um elo importante para a cadeia agroindustrial de alimentos, em especial a do trigo, cuja oferta local é insuficiente para atender a demanda baiana.
Frank Vieira explicou que o projeto nasce orientado ao consumo interno do estado, identificado como o maior do Nordeste para derivados de trigo. “Existe um déficit relevante de produção de farinha na Bahia; por isso decidimos implantar o moinho em Ilhéus, onde o acesso portuário facilita a recepção do cereal importado e o escoamento da ração animal gerada como subproduto”, afirmou o executivo.
Além de suprir moinhos artesanais e grandes panificadoras, a unidade destinará parcela significativa da matéria-prima às fábricas de ração, segmento em expansão na região Sul da Bahia graças ao crescimento da avicultura e da suinocultura. A companhia vislumbra sinergia com produtores locais e com o polo agroindustrial que se consolida em torno do porto.
A operação criará 80 empregos diretos em funções de produção, manutenção, qualidade e logística, além de estimados 100 postos indiretos em serviços de apoio, transporte e fornecimento de insumos. Durante as fases de montagem eletromecânica e testes de comissionamento, a construtora responsável contratará mão de obra local para reduzir prazos e custos de mobilização.
O diretor da Maratá adiantou que um estudo de viabilidade para uma “segunda fase” já está em curso. A expansão, ainda sem valor definido, cogita ampliar a capacidade de moagem para abastecer outros estados nordestinos, aproveitando a localização da Bahia como hub de distribuição portuária entre as regiões Norte, Nordeste e Sudeste.
Fundado em Sergipe na década de 1960, o Grupo Maratá figura entre as maiores indústrias alimentícias do país, com portfólio que inclui café, sucos, molhos, temperos e derivados de milho. A entrada no refino de trigo reforça a diversificação da empresa e consolida sua presença no mercado baiano, onde já mantém centro de distribuição para outras linhas de produtos.
O Porto de Ilhéus, também conhecido como Porto do Malhado, opera granéis sólidos e cargas gerais, servindo de porta de entrada para fertilizantes e grãos destinados ao agronegócio do Oeste baiano. A retomada do moinho, desativado há mais de uma década, insere-se nos planos do terminal de atrair projetos industriais de base cerealista, incrementando o volume de cargas e a geração de receitas portuárias.
Com cronograma de obras civis iniciando ainda em 2025, a Maratá estima concluir a instalação dos silos, sistemas de peneiramento, laminadores e ensacadeiras até o primeiro semestre de 2026. Testes de calibração precederão a partida comercial, prevista para julho, data a partir da qual o estado passará a contar com novo supridor de farinha e farelo, reduzindo dependência de outras praças produtoras.
Crédito Foto: Eduardo Andrade/SDE
Fonte das informações: SECOM – Secretaria de Comunicação Social / Ascom-SDE