Ovos de galinha caipira garantem renda e segurança alimentar para mulheres no Recôncavo Baiano
No âmbito desse projeto, cada família atendida recebe a unidade de produção (galinheiro construído completo com bebedouros, comedouros), aves e insumos (ração, vacinas) e assistência técnica, para orientar o manejo das aves. “É um pontapé inicial para que o agricultor possa tocar para frente e ampliar, porque muitas vezes ele não tem condição de construir, nem de comprar nenhum desses produtos. E aí ele pode, através dessa iniciativa, ampliar e dar continuidade”, destaca a agricultora Ana Gleise Ramos, da comunidade de Petin, em Cruz das Almas.
Para Daiane Sampaio, da comunidade de Boca da Mata, a ação contribui para ampliar as possibilidades de renda para as famílias. “Com a venda dos ovos, a gente ajuda não só a economia local, mas também a nossa comunidade, com a possibilidade de escoar a produção para os mercados da região e ter a ‘ponte’ entre o consumidor e o produtor. Então, o consumidor consegue saber de onde está vindo o alimento que ele está consumindo e, além disso, a gente também que produz se alimenta dos ovos. Caminhamos para alcançar a soberania alimentar”, ressalta Daiane.
Capacitação e aumento da produção
Outro resultado positivo, a partir da criação de aves, é o de Dileusa Costa, da Comunidade de Cova da Negra, em Castro Alves, que agarrou a oportunidade, dobrou a quantidade de aves, de 25 para 50, e já colhe os frutos desse trabalho: duas dúzias de ovos por dia, viabilizando a comercialização e, consequentemente, a renda.
Com os primeiros resultados dessa atividade, Dileusa investiu em mais estrutura para a produção, a partir da aquisição de cortinas para controle de temperatura do galinheiro e criou um espaço para guardar insumos e chocadeiras para reprodução das aves. “Esse é um projeto em que a gente pode consumir alimentação saudável, sem química nenhuma, tanto para a minha família quanto para a família de todos aqueles que forem consumir os ovos”, ressalta Dileusa.
O engenheiro agrônomo Irlan Almeida, que atua no projeto pelo Consórcio do Território Recôncavo, observa que Dileusa participa ativamente das capacitações, o que possibilita aprimorar suas habilidades e expandir seus horizontes no setor agrícola. “Essa visão inovadora não só elevou a qualidade da sua produção, mas também a posicionou como uma referência na agricultura local. Sua dedicação e visão de futuro são inspiradoras. Estamos ansiosos para acompanhar as próximas etapas de sua jornada de sucesso”.
Fortalecimento dos sistemas produtivos
Os convênios com os consórcios públicos visam fortalecer sistemas produtivos como o do leite, mel, mandioca, cacau, café, horticultura, fruticultura, ovinocaprinocultura e galinha caipira/produção de ovos. Para executar essa iniciativa são adquiridos tablets e motocicletas para apoiar o trabalho das equipes técnicas das prefeituras, que prestam o serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater), máquinas, equipamentos, infraestrutura e insumos para fomentar a produção de agricultores e agricultoras familiares, povos e comunidades tradicionais e assentados e assentadas da reforma agrária.
Fonte: Ascom/CAR
Lina Magali