“O Honestino: Um Documentário que Resgata a Memória de um Líder Estudantil Desaparecido”

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“A releitura de uma trajetória crucial – O Honestino, que emocionou no Festival do Rio
O drama que mistura memória e ficção, inspirado em uma espécie de diálogo millenar entre um homem e um presente desafiador
Do movimento estudantil à ditadura, o cinema resgata a história de Honestino Guimarães, símbolo da luta pelo direito de dizer ‘não’
649 palavras • 3 min para ler
Por [SEU NOME]
Atualizado em 15 de setembro de 2023​
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Honestino: Uma História que Vem de Longe

O seu nome, antes insignificante, agora parece uma súbita luz na escuridão do passado. Honestino Guimarães, o líder estudantil que desapareceu durante a ditadura militar brasileira de 1964, ganha uma inesperada segunda vida no Festival do Rio, com uma obra que mistura elementos de documentário e ficção que emocionaram o público ao experimentalarem um complexo pêndulo entre o real e o imaginário.

A estreia mundial de O Honestino, dirigido por Aurélio Michiles, aconteceu nesta quinta (10) em uma Sala VIP lotada. Essa decisão de trazer à luz a história de Honestino não foi algo trivial para Michiles, que enfrentou um desafio emocional ao concordar em dirigir o longa. “Foi como receber um convite para narrar uma história que há anos carrego dentro de mim”, relembra. “E quando vi a neta de Honestino na inauguração da ponte que leva o seu nome, em Brasília, ouvi isso que faltava: a voz do Honestino contando sua história.”

O Honestino é a história de um brasileiro como tantos outros, um jovem que lutou por direitos básicos, música, livre expressão e justiça. Infelizmente, a trágica realidade desse desejo por um Brasil mais inclusivo foi o desaparecimento de Honestino Guimarães em 1973, aos 26 anos de idade. Esse fato trágico torna o longa não apenas um documentário, mas uma espécie de diálogo intergeracional sobre a importância de não esquecermos os desaparecidos.

O Honestino combina elementos de documentário com ficção para resgatar a história de Honestino Guimarães, representado pelo talentoso ator Bruno Gagliasso. Essa estratégia estética é fundamental para que a história se torne ainda mais contundente e deselegante com o tempo, colocando o espectador diretamente frente a um passado que não se esgota no tempo.

O documentário revisita toda a trajetória de Honestino Guimarães, desde 1968, quando liderava o movimento estudantil, até a sua dramática desaparição em 1973. Para criar essa obra híbrida, Michiles convocou o produtor Nilson Rodrigues e os maestros de cinema Bruno Gagliasso e Flávia Tygel.

Trilha Sonora: Um Diálogo Entre o Passado E o Presente
Flávia Tygel, compositora de O Honestino, descreveu sua trilha sonora como “uma seqüência de repressão e perigo, mas também de poesia e esperança”. A música transborda de desafios e simbolismos, como o uso de cordas, violão e síntese de linguagem, que ninguém pode esquecer. A canção original “O Coro dos Canalhas”, interpretada por Fafá de Belém, dobra a intensidade e encerra o filme com sensibilidade e coragem.

O Honestino, que concorre na mostra competitiva do Festival do Rio, deve chegar aos cinemas em maio de 2026. Sua mensagem central é uma epítome de memória, coragem e compromisso irrevogável com a verdade. “Este trabalho é um ciclo que se completou”, explica Michiles. “Agora, Honestino passeia nos sonhos dos brasileiros.”

O longa não apenas homenageia um Simbolismo da história brasileira, mas também atua como um alerta eterno contra a amnésia coletiva. Honestino, o líder estudantil perseguido 50 anos atrás, ainda transborda de significado no novo século.

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Documentário O Honestino Resgata a Memória de um Brasileiro Simbólico

O documentário O Honestino revive a trajetória de Honestino Guimarães por meio de uma narrativa híbrida, o que permite explorar ligações poéticas entre o passado e o presente. A abordagem metodológica incorpora entrevistas reais, imagens de arquivo e cenas ficcionais para criar um mondo que ecoa com força atordoante.

Técnica Cinematográfica Como Instrumento de Memória

A técnica cinematográfica adotada nesse produção, o que o diretor Aurélio Michiles chama de “memória autoral”, difere do habitual conjunto de fragmentos históricos passivos. Em O Honestino, o espectador experimenta uma análise mais íntima com o passado, seja através de impactantes imagens de arquivo que denunciam as arbitrariedades da ditadura, seja por meio de dramatizações que buscam projetar Honestino no “presente” do cinema e de seu espectador.

Impacto Cultural Durante a Estreia

A realização de O Honestino cativou o público do Festival do Rio, como denso clichê não é. Em meio às emocionadas imagens e palavras ditas em voz alta, o público aliquot participou de uma vivência que ultrapassou os confins de um simples cinematográfico. Para a professora de História Maria Solange Melo Lins, que teve a oportunidade de assistir ao filme, O Honestino é uma ferramenta educacional sem precedentes.

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Foto: Anna Karina de Carvalho/Divulgação

Fonte das informações: Feed Últimas

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