Milhão do governo baiano leva ar-condicionado e tecnologia às salas de aula

Um único ato administrativo, realizado na manhã de 28 de outubro, destravou quase R$ 1 milhão em recursos públicos para que três municípios baianos transformem, de imediato, a experiência de ensino de centenas de estudantes. Os convênios assinados pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) beneficiam Abaíra, Caatiba e Morro do Chapéu com climatização de salas, laboratórios de tecnologia e mobiliário novo — um pacote pensado para levar mais conforto e desempenho pedagógico às redes municipais já no próximo ano letivo.

Por que o aporte chegou agora?

O investimento faz parte de uma estratégia estadual que mira a redução de desigualdades estruturais entre escolas da capital e do interior. A SEC vem concentrando esforços em convênios diretos com prefeituras para acelerar obras e aquisições sem a burocracia de editais amplos. A assinatura coletiva, realizada na sede do órgão no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, materializa essa política ao destinar verba carimbada para as prefeituras executarem compras prioritárias — de carteiras a tablets — sem a necessidade de contrapartida financeira municipal.

Ao alinhar agenda e recursos, o governo estadual pretende garantir que as intervenções ocorram ainda durante o ano letivo de 2026, evitando calendários fragmentados e otimizando o uso do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Em linguagem simples: o dinheiro cai na conta já com destino certo e pode ser gasto assim que a licitação simplificada é concluída pela prefeitura.

Como cada cidade será transformada?

Os valores não foram distribuídos de forma genérica. Cada município apresentou um plano detalhado de necessidades urgentes e recebeu uma quantia proporcional:

  • Abaíra: R$ 299 mil para reequipar oito escolas municipais. Entre os itens previstos estão conjuntos de carteira e cadeira ergonômicos, armários de aço e ventiladores industriais.
  • Caatiba: R$ 306 mil dedicados ao Centro Municipal de Educação Infantil Francisco Souza Ribeiro. O foco é a primeira infância: brinquedos pedagógicos, aparelhos de ar-condicionado de baixo consumo e novos fogões industriais para a cozinha escolar.
  • Morro do Chapéu: R$ 318 mil, viabilizados por emenda do deputado estadual Samuel Júnior, para a Escola Municipal Coronel Dias Coelho. O cardápio inclui projetores multimídia, lousas digitais, mesas de refeitório em inox e armários para tablets.

Com a lista em mãos, as três prefeituras já podem iniciar processos de compra usando ata de registro de preços do próprio Estado, o que reduz custos e garante padrão de qualidade. Para o estudante, isso se converte em salas climatizadas, equipamentos digitais e mobiliário que respeita normas de ergonomia — fatores reconhecidos por especialistas como essenciais para melhorar indicadores de aprendizagem.

O que muda para estudantes e professores, na prática?

De acordo com a secretária estadual da Educação, Rowenna Brito, a modernização física dos espaços de aprendizagem tem reflexo direto em frequência escolar e rendimento em sala de aula. A gestora lembra que o calor excessivo e a precariedade de equipamentos pedagógicos figuram entre as principais queixas de docentes e famílias em visitas de monitoramento.

“Esses investimentos representam mais conforto, estrutura e dignidade para estudantes e profissionais da Educação em todo o Estado.”

Rowenna Brito, secretária da Educação da Bahia

Na prática, climatizar salas de aula em regiões de altas temperaturas pode reduzir em até 15% as faltas nos meses mais quentes, segundo levantamentos internos da SEC. Já a introdução de lousas digitais e projetores tende a ampliar o repertório de metodologias ativas, permitindo que o professor explore vídeo, som e interatividade em tempo real. O resultado esperado é uma sala de aula mais atraente e compatível com o universo digital que as crianças já encontram fora da escola.

Qual o papel do deputado Samuel Júnior nessa equação?

Embora o aporte global seja orquestrado pela SEC, parte do montante (os R$ 318 mil de Morro do Chapéu) decorre de emenda parlamentar vinculada ao orçamento 2025. O deputado Samuel Júnior direcionou recursos específicos para alavancar a modernização da Coronel Dias Coelho, escola que atende comunidades rurais no entorno do município. A prática de agregar emendas individuais a convênios estaduais tem se mostrado uma rota eficiente para ampliar o alcance da verba pública sem dispersão em pequenos projetos pulverizados.

Segundo analistas da Assembleia Legislativa da Bahia, a tendência é que mais parlamentares passem a vincular suas emendas ao programa, aumentando a escala de investimento em infraestrutura escolar com controle direto do governo estadual sobre execução e indicadores de resultado.

E depois do cheque: quais são os próximos passos?

Com as assinaturas concluídas, cada prefeitura tem até 30 dias para publicar o cronograma de licitações simplificadas. Após a homologação de contratos, o prazo para entrega de equipamentos varia de 60 a 90 dias, de acordo com a disponibilidade do fornecedor. Caso todos os processos corram sem impugnações, as escolas podem receber o novo mobiliário e os equipamentos de climatização antes do recesso do meio de 2026.

A SEC montará equipes de monitoramento para visitar as unidades beneficiadas e aferir indicadores como aproveitamento do espaço, redução de evasão e satisfação de professores. Relatórios semestrais serão publicados no portal de transparência, permitindo que a sociedade acompanhe o impacto real do investimento.

Para as demais redes municipais do Estado, o sinal é claro: convênios rápidos, com projetos objetivos e alinhados a metas de aprendizagem, tendem a receber prioridade no pipeline de 2026. Prefeitos interessados já podem submeter planos de trabalho à secretaria, antecipando documentação para a próxima rodada de recursos.

Em síntese, a aplicação de quase R$ 1 milhão em Abaíra, Caatiba e Morro do Chapéu é mais do que uma injeção financeira; trata-se de um modelo de cooperação que combina agilidade administrativa, foco em resultados pedagógicos e controle social. Se funcionar como esperado, o formato poderá ser replicado em toda a Bahia — ampliando o alcance de práticas que colocam o estudante no centro da política pública.

Crédito da foto: Foto: Douglas Amaral/SEC

Fonte das informações: Ascom/SEC

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