Festival da Chapada reúne 213 mestres e debate justiça

O 25º Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros chegou ao fim neste sábado (20), após oito dias de programação gratuita que reuniu 213 mestres de diversas regiões do Brasil em torno de apresentações artísticas, feira de sociobiodiversidade e discussões sobre políticas públicas e justiça climática.

Realizado anualmente desde 2001 pela Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge em parceria com a Aldeia Multiétnica, o festival ocupou a Vila de São Jorge, distrito de Alto Paraíso de Goiás, na entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Ao longo da edição, moradores e visitantes tiveram acesso livre a cortejos, oficinas, mostras teatrais, exposições e shows pensados para valorizar práticas culturais de povos tradicionais.

A agenda incluiu ainda uma feira dedicada ao artesanato regional e aos produtos da sociobiodiversidade, conectando artistas populares a consumidores e fomentando a economia local. Entre as atividades de palco, desfilaram estilos variados que passaram pelas sonoridades afro-brasileiras, ritmos indígenas e expressões populares de diferentes estados, reforçando a diversidade que caracteriza o encontro desde a sua criação.

Paralelamente às atrações culturais, o evento promoveu o seminário “Culturas Tradicionais e Populares e Justiça Climática: Diálogos Globais, Conhecimentos Locais”, organizado em parceria com o Ministério da Cultura. O ciclo de debates tratou de políticas culturais, ambientais e econômicas para comunidades tradicionais, articulando lideranças populares e representantes governamentais na busca de estratégias que fortaleçam essas populações diante dos impactos climáticos.

Ao fazer um balanço do festival, o produtor cultural e idealizador Juliano Basso destacou que a edição de 2025 conseguiu reunir 213 mestres e mestras para discutir “políticas públicas que fortalecem a cultura tradicional do Brasil”. Segundo ele, o número expressivo de participantes confirma a relevância do encontro como espaço de troca de saberes e de construção coletiva de propostas para a área cultural.

A programação de encerramento transformou a Vila de São Jorge no palco do Encontro de Congos, manifestação que atraiu público desde as primeiras horas do dia. Na sequência, o Encontro de Mestres e Mestras da Cultura Popular manteve a praça central lotada, reforçando o diálogo intergeracional entre guardiões de saberes tradicionais e o público interessado em conhecer músicas, danças e rituais que atravessam séculos de história.

Entre as atrações musicais do último dia, a poesia ritmada de Adiel Luna ocupou o palco principal, seguida do espetáculo “Dona da Casa”, protagonizado por Mariene de Castro e as Sambadeiras do Recôncavo Baiano. A combinação de repente, samba de roda e coreografias ancestrais encerrou a noite sob aplausos intensos, coroando a diversidade que pautou cada momento do encontro.

Basso ressaltou a importância de manter todas as atividades abertas ao público, estratégia que, segundo ele, amplia o acesso à cultura e fortalece a percepção social sobre o valor das tradições populares. “Uma alegria muito grande poder ter participado desse encontro de culturas tradicionais durante os últimos dias”, afirmou o produtor ao concluir sua avaliação sobre a edição.

Com o encerramento da 25ª edição, a organização inicia o processo de sistematização das propostas construídas nos painéis temáticos e no seminário sobre justiça climática. A expectativa é transformar as recomendações em documento de encaminhamentos a ser apresentado a órgãos federais e estaduais, reforçando o compromisso do festival em articular cultura, meio ambiente e desenvolvimento sustentável para povos tradicionais.

Foto: [crédito da imagem]

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