Equipe da Sema realiza visita técnica ao projeto de sistemas agroflorestais em Juazeiro

Na última sexta-feira (23), a equipe da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) que participava do 1º Congresso sobre Mudanças Climáticas e suas Consequências no Território Semiárido, em Juazeiro, aproveitou a ocasião para conhecer de perto o projeto de implementação de Sistemas Agroflorestais – SAFs do Centro de Formação José Rodrigues, autarquia do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), situado na localidade de Tourão, a 12 quilômetros do município.

A visita técnica incluiu explorações detalhadas de diversas frentes de trabalho do Irpaa, como o “Recaatingamento,” técnicas de reutilização de recursos e saneamento rural, tecnologias hidroambientais e produção de biogás. A expectativa, segundo o superintendente de Planejamento Ambiental, Tiago Porto, é de absorver os conhecimentos e aplicar tecnologias que visam integrar valores de sustentabilidade às práticas diárias da Sema e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

Foto: Ascom/Sema

“Nosso objetivo com essa parceria é promover a sensibilização sobre práticas agrícolas sustentáveis, conservação ambiental e segurança alimentar tanto para servidores quanto para os EcoGuardiões, um projeto piloto da Secretaria, composto por estagiários e jovens do Programa de Primeiro Emprego, além dos jardineiros da Sema e do Inema”, afirmou Porto.

Representando a Sema durante a visita, o biólogo da Diretoria de Programas e Projeto (Dipro), Guido Brasileiro, conta que percorreu vários momentos de experiências voltadas para a agroecologia. “Conhecemos o sistema de agricultura de florestas do Irpaa, integrados a um sistema sustentável, com biodigestores, sistemas de saneamento básicos diferenciados, como de evapotranspiração, e o de cisternas. A partir desse projeto a gente pensa em replicar um pouquinho da experiência que a gente entendeu aqui para os nossos jovens, terceirizados, equipe de apoio, de limpeza, além dos próprios servidores da Sema e do Inema”, salienta Guido, destacando o papel dos Ecoguardiões em aplicar e repercurtir essas práticas no ambiente de trabalho.

Foto: Ascom/Sema

Guido acrescenta ainda que a iniciativa é “um passo importante para demonstrar como o Sistema Agroflorestal pode ser uma ferramenta poderosa na construção de uma agricultura mais equilibrada e responsável”, enfatizou.

Áreas degradadas e seus desafios

Experiente em áreas degradadas, o engenheiro agrônomo e técnico do Irpaa, Luís Almeida, explica que não se pode medir os SAFs nas mesmas regras. À princípio, deve-se adequar essas práticas e entender pra quê esse SAF tá servido.

“Antes de a gente falar da produção de alimento nós precisamos falar da recuperação ambiental dessa área, porque não dá para gerar alimento na área que está degradada, então a gente recupera fazendo o processo junto, mas o que tem que se levar em consideração nesses aspectos é que a gente não deve pegar o sistema da permacultura e tenta encaixar em todas as regiões que não cabe, Nossa Bahia é muito grande, o semiárido é também diverso, então a região de Chapada Diamantina é uma perspectiva de SAF, aqui é outra perspectiva de SAF, então, é um desafio pra gente pensar essas ações, mas já vimos que tem possibilidades”, disse o engenheiro agrônomo.

Foto: Ascom/Sema

Ainda segundo Luís, a metodologia de reecatingamento no Irpaa vem sendo trabalhada com as comunidades do entorno desde 2009. “Quando a gente começou, a gente pegou muito das práticas do reflorestamento. Quais eram essas práticas? Práticas de mata úmida, ou mata subúmida, que é o que se tem mais sistematizado. Viveiro, muda, replantio. Só que como é que a gente pega uma muda que tá num ambiente controlado e coloca num ambiente que tá?”, questiona, Luís.

“A estimativa segundo a ciência”, complementa ele, “é que uma área degradada, para ela se recuperar sozinha por regeneração natural, ela passa de 30 anos e sem essa resposta certa. Então pode ser que dure até mais que isso, dependendo do estágio de perturbação. Com o SAF, com a agrocaatinga, essa cai pela metade. Então a gente consegue antecipar em até 15% porque a gente consegue dinamizar os fluxos. Então é um grande desafio para nós que a gente trabalha principalmente com áreas degradadas”, conclui o técnico do Irpaa.

A expectativa é que a iniciativa contribua significativamente para a adoção de práticas que promovam a preservação ambiental e a segurança alimentar na região.

O Irpaa

Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada é uma Organização Não Governamental sediada em Juazeiro, na Bahia. A Convivência com o Semiárido é a sua maior e mais importante meta. Soluções eficazes, que respeitam as características do povo e das terras desta região, são as alternativas que o instituto oferece através de seus diversos projetos. Para o Irpaa, há 34 anos, viver no Semiárido é saber reconhecer o seu valor. [Saiba mais AQUI]

Fonte: Ascom/Sema


Daza Moreira

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