Chuvas em SP ferem 24 e paralisam montadora da Toyota

As chuvas intensas acompanhadas de vendavais que atingiram o estado de São Paulo na segunda-feira, 22, provocaram 24 feridos, oito desabrigados e 33 desalojados, além de 33 ocorrências de alagamentos, quedas de árvores e destelhamentos, segundo balanço atualizado da Defesa Civil. O evento mais crítico foi o destelhamento da planta da Toyota em Porto Feliz, que lesionou dez trabalhadores e levou à paralisação imediata da linha de produção.
De acordo com o relatório oficial, as rajadas de vento e a chuva forte afetaram municípios em todas as regiões administrativas. As equipes de resposta registraram interrupções de vias, danos a residências e comércio e falhas pontuais no fornecimento de energia. O órgão estadual trabalha em conjunto com prefeituras e concessionárias para restabelecer serviços essenciais e contabilizar prejuízos estruturais.
Na fábrica da Toyota, o telhado foi parcialmente arrancado pela força do vento, espalhando placas metálicas e destroços sobre a área industrial. A empresa confirmou que as operações estão suspensas, que monitora de perto a integridade do prédio e que presta apoio médico e social a empregados e terceirizados. Um inventário de danos estruturais está em elaboração para definir as intervenções necessárias antes da retomada da produção, ainda sem data estimada.
Em nota, a montadora destacou não haver registro de vítimas fatais no complexo e afirmou que “a prioridade é garantir a segurança dos colaboradores e parceiros”. A companhia também informou que especialistas em engenharia avaliam a estabilidade da cobertura e dos equipamentos afetados pelo vendaval, etapa considerada indispensável para qualquer tentativa de reinício das atividades.
Fora de Porto Feliz, temporais causaram estragos significativos em Rancharia, Ourinhos, Santa Fé do Sul, Presidente Prudente e Presidente Venceslau, onde destelhamentos deixaram famílias expostas e derrubaram postes de energia. Nesses locais, equipes municipais removeram galhos que obstruíam rodovias estaduais e acionaram a concessionária de eletricidade para restabelecimento da rede.
Em Dracena, uma árvore de grande porte tombou sobre um veículo em movimento, provocando ferimentos em dois ocupantes, que foram socorridos ao hospital regional sem risco de morte. Já em Osasco, o desabamento do telhado de três residências desalojou três famílias que, segundo a prefeitura, foram encaminhadas a abrigos temporários enquanto técnicos avaliam a estabilidade das estruturas.
O impacto do mau tempo também foi registrado em Nova Odessa, Guarulhos, Bariri, Jaú, Peruíbe, Marília, João Ramalho, Sorocaba, Santos, Praia Grande, São José dos Campos e Franco da Rocha. Nesses municípios, o padrão de destruição se repetiu: quedas de árvores bloqueando ruas, desabamentos pontuais e telhas arrancadas, além de interrupções na rede elétrica que demandaram atuação conjunta de Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e concessionárias de energia.
Na capital, a prefeitura mobilizou o Departamento de Zeladoria Urbana para remover 41 árvores caídas e aguardar o desligamento da rede elétrica em outros 19 pontos antes de iniciar o corte dos troncos. Agentes também realizaram limpeza de bocas de lobo e desobstrução de galerias pluviais em bairros onde o acúmulo de água bloqueou o trânsito durante a noite.
O Gabinete de Crise das Chuvas (GCC) — composto por Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e secretarias estaduais — informou que uma massa de ar frio de origem polar avança sobre o Sudeste e deve derrubar as temperaturas nas próximas 48 horas; contudo, não há previsão de novos temporais, apenas garoa isolada. O órgão reforça que o solo encharcado mantém elevado o risco de queda de árvores já comprometidas pelo vento.
Com a estabilização do cenário e a redução do risco imediato, a Defesa Civil encerrou o GCC na manhã desta terça-feira, 23, mas mantém equipes em regime de plantão para monitorar possíveis ocorrências residuais e dar suporte logístico às prefeituras que ainda contabilizam perdas materiais. O governo estadual recomenda que a população evite áreas com fiação exposta, verifique a segurança de estruturas metálicas e acione o 199 ou 193 diante de quaisquer sinais de risco.
Crédito Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Fonte das informações: Agência Brasil





