Estudantes substituem microesferas de plásticos por nibs de cacau na formulação de cosmético

O mercado de cosméticos naturais, a nível global, tem pretensão de atingir o valor de 48 bilhões de dólares até 2025, segundo estudos da Grand View Research. Hoje, o Brasil é o terceiro maior consumidor de cosméticos do mundo, exigindo produtos de beleza que acompanhem as tendências de mercado. Diante desta oportunidade, estudantes do Centro Territorial De Educação Profissional Do Médio Rio Das Contas, em Ipiaú, criaram um creme esfoliante a partir de estudos sobre as nibs de cacau, o Cocoa’s Face.

A proposta da equipe, de acordo com a orientadora Rosilma Rodrigues, era desenvolver um produto inovador utilizando a matéria-prima derivada do cacau. “Por ser um recurso abundante na região Sul da Bahia, as nibs constituem-se como um insumo de baixo custo que favorece a produção de cosméticos sustentáveis e economicamente ecológicos. Assim, ao descobrir que as sementes possuem diversos benefícios para a saúde facial, os estudantes pesquisadores decidiram criar um produto natural na área da cosmetologia que usasse a nibs como principal componente”, explica.

Foto: Ascom/Secti

O uso das sementes na formulação é uma inovação, já que, segundo a equipe, essa é uma possível alternativa para substituir as microesferas de plásticos presentes nos esfoliantes industrializados. Apesar de existirem diversos estudos sobre os benefícios das nibs na alimentação e uso da manteiga de cacau para fins cosméticos, até o momento não foram encontradas referências de estudos semelhantes ao esfoliante. A professora esclarece que a escolha das nibs deve-se ao alto teor de flavonoides que a semente contém, favorecendo a ação anti-inflamatória na pele, auxiliando no combate aos radicais livres e protegendo o sistema imunológico.

A equipe, que integra o Programa Ciência na Escola, da Secretaria da Educação, ampliou o projeto somando ao empreendedorismo mais dois produtos desenvolvidos além do esfoliante, um sabonete esfoliante facial e um bálsamo hidratante labial. Para ela, o desenvolvimento dessa pesquisa nas escolas é de extrema importância para os estudantes. “As pesquisas científicas proporcionam aos alunos, por meio da oportunidade de participarem de feiras científicas, seminários e congressos de ciência e tecnologia, a chance de terem seus trabalhos avaliados a nível estadual, nacional e até internacional, além de promover a popularização da ciência na rede estadual de educação da Bahia”, afirma.

Foto: Ascom/Secti

Entre as conquistas mais recentes, os integrantes Ana dos Santos, Manoella Pereira, Kauê Putumuju, Isabele Santos e Rozana Sales foram convidados para a Expo Ciências Nacional Chile 2024, um evento científico, promovido pelo Movimento Internacional de Recreação Científica e Técnica na América Latina (MILSET Latin America), em parceria com a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Central do Chile.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) estreou no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail [email protected].

Fonte: Ascom/Secti


Daza Moreira

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Adblock detectado

Por favor, considere apoiar-nos, desativando o seu bloqueador de anúncios