Lobo-guará vítima de incêndio florestal é resgatado pelo Inema
Responsável pelo resgate, Danilo Cezar Souza, relatou a gravidade da situação. “Quando fizemos o resgate, ele estava muito debilitado, com as patas queimadas, indicando que tentou fugir das chamas, mas não conseguiu andar muito. Entramos em contato com o Parque Vida Cerrado, e agora ele está recebendo os cuidados necessários para sua recuperação”, explicou.
O lobo-guará, um símbolo do Cerrado, passou por atendimento veterinário no Parque Vida Cerrado, onde recebeu os cuidados da veterinária Paula Damasceno. “Recebemos esse animal, que é um machinho de aproximadamente quatro meses de vida, e ele chegou num estado muito grave, com as patinhas com queimadura de segundo grau e intoxicado, provavelmente por fumaça Estamos fazendo o máximo para recuperá-lo”.
Paula afirma ainda que conseguiu estabilizar o animal desde o momento da chegada, mas o estado ainda é de risco. “Conseguimos estabilizar ele, estamos fazendo todo um tratamento para controle da dor, tratando das queimaduras, para controle da infecção. Agora ele está estável, mas ainda não está fora de risco. O tratamento leva muito tempo, mas a gente está torcendo para que ele responda bem e se recupere”, almeja a veterinária.
Também está aos cuidados do Parque, um filhote de cachorro do mato, que apesar de não ter sido vítima de incêndios florestais, o animal também apresentava sinais de desidratação. O filhote foi encontrado por parceiros locais e resgatado pela UR no município de São Desidério.
“Esse filhote foi perdido da mãe, suspeita-se de que a mãe tenha morrido, já que outros filhotes foram encontrados mortos também. Trouxemos esse animal para o Parque Vida Cerrado, para receber os primeiros cuidados. Assim que estiver condição, esse animal vai ser transferido para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) de Pituaçu, em Salvador”, explicou o servidor da UR.
Projeto de reabilitação do lobo-guará
Desde 2021, o projeto de reabilitação e soltura de filhotes órfãos de lobo-guará tem desempenhado um papel crucial na conservação dessa espécie no Oeste da Bahia. Com apoio do Governo do Estado da Bahia, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Inema, o projeto busca não só mitigar os impactos das ações humanas sobre a fauna, mas também promover o desenvolvimento sustentável na região.
Coordenadora do Parque Vida Cerrado, Gabrielle de Rosa explica que o Projeto foi fundado pelo Instituto Vida Galvânia para trabalhar com a preservação de fauna. “O projeto de reabilitação e soltura nasce nesse projeto de monitoramento onde a gente indica áreas agrícolas que tenham condições de desenvolver e suportar um projeto de reabilitação e soltura. Há dois anos, recebemos uma fêmea que também veio do Inema, que é a Caliandra, que se reproduziu em vida livre”, enfatiza Gabrielle.
Biodiversidade e proteção
Como parte das ações estratégicas do Governo do Estado para o combate às queimadas e à proteção da fauna e flora, o Programa Bahia Sem Fogo, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), vem realizando, em parceria com o Inema e outros órgãos estaduais, operações como a Ronda Verde e a Blitz Educacional. Essas iniciativas têm como objetivo principal a prevenção de incêndios florestais por meio de ações de fiscalização, educação ambiental e conscientização da população, além de reforçar a importância da preservação dos biomas do estado, como o Cerrado.
A Ronda Verde, que atua nas áreas mais vulneráveis às queimadas, e a Blitz Educacional, com foco em orientar e engajar comunidades locais, têm contribuído diretamente para a redução dos focos de incêndio e a proteção de áreas críticas, mitigando os impactos sobre a fauna local. O resgate de animais silvestres, como o filhote de lobo-guará, resgatado recentemente, é mais uma demonstração do compromisso do estado em preservar a biodiversidade e promover ações coordenadas para enfrentar os desafios ambientais causados pelas queimadas.
O serviço de resgate de animais silvestres está disponível pelo Disque Resgate, via WhatsApp (71) 99661-3998, para que a população possa contribuir com a preservação da fauna local.
Fonte: Ascom/Sema
Lina Magali